Mesmo diante de um cenário global desafiador, com excesso de oferta, disparada nos custos e forte concorrência internacional, o Polo Industrial de Camaçari mostra resiliência e capacidade de reinvenção. Embora algumas empresas tenham pausado operações estratégicas, outras seguem investindo e se adaptando, demonstrando que a Bahia continua sendo referência na indústria química brasileira.
A crise, que afeta também polos importantes como o de Paulínia (SP), vem impondo escolhas difíceis. A Unigel, por exemplo, suspendeu a produção de acrílicos em Camaçari devido à concorrência desleal com produtos importados, mas redirecionou esforços para áreas mais promissoras. “Estamos focados em segmentos estratégicos e com alto valor agregado, como o ácido sulfúrico, cuja nova planta será inaugurada em 2026”, explicou o CEO Dario Gaeta.
A Braskem, por sua vez, ainda não interrompeu linhas de produção, o que demonstra a robustez da operação baiana. Mesmo sob pressão, a empresa mantém sua contribuição vital à cadeia produtiva do país.
O setor tem sido proativo: a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) articula junto ao governo federal soluções estruturantes, como o novo programa Presiq, voltado à sustentabilidade e modernização da indústria. Além disso, medidas antidumping começam a reequilibrar o jogo comercial, protegendo a produção nacional.
Apesar dos ventos contrários, Camaçari mantém sua relevância. O polo baiano, o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul, segue mostrando que, mesmo em tempos de crise, a força de uma indústria se mede pela sua capacidade de reagir e transformar desafios em oportunidades.
Por Redação